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    Polo de resseguros do Rio aposta no exterior para sair do papel

    2015-12-02

    Fonte: Risco Seguro Brasil

    Por: Oscar Röcker Netto

    Projeto que vem sendo acalentado desde 2008, o Polo de Resseguros do Rio de Janeiro vai investir num viés que hoje não é explorado no país para tentar se viabilizar.
     
    De acordo com Paulo Pereira, presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), a ideia é construir um projeto focado em atrair interessados em subscrever riscos offshore — fora do Brasil, portanto — a partir do Rio.
     
    Segundo Pereira, dessa forma, o setor cria uma agenda positiva que será apresentada ao governo — e caso receba sinal verde seguirá em frente. 
     
    Com o foco estabelecido em reuniões capitaneadas pela Fenaber, o projeto investe numa nova linha, desenvolvendo negócios complementares ao que a estrutura de resseguro no país já faz hoje em dia.
     
    “Nossa proposta não inclui nenhuma renúncia fiscal”, disse Pereira à Risco Seguro Brasil. “Estaríamos trazendo negócios novos, gerando impostos novos — evidentemente com alíquotas diferenciadas para ajudar na atratividade dos interessados.” 
     
    Pereira vê uma série de benefícios advindos de uma iniciativa com esse perfil, como desenvolvimento de novas tecnologias de resseguro no país, treinamento de pessoal e ampliação do campo de atividades correlatas ao setor (como inspeção de riscos, auditorias, engenharia, advocacia, entre outros). “Seria uma coisa bastante ampla.”
     
    Fase inicial
     
    De acordo com o presidente da federação, um grupo de trabalho se dedica a partir de agora a desenvolver um projeto executivo mais detalhado — trabalho ainda sem data para ser concluído. “Não temos prazo, mas temos pressa para tudo o que possa ajudar a desenvolver o mercado de resseguros aqui no país”, afirmou.
     
    O objetivo é levantar todos os “fatores críticos de sucesso” para desenvolvimento efetivo do polo.
     
    Parte do trabalho inclui aprofundar estudos de centros ao redor do mundo que são referência no setor, como os de Dubai, Cingapura, Irlanda e Bermudas.
     
    “Vamos apresentar um projeto que gere atratividade suficiente para viabilizar esse polo”, afirmou Pereira. O trabalho vai ser levado ao Ministério da Fazenda, e “só depois da aprovação governamental é que poderemos detalhar o projeto”.
     
    Ressalvando que o projeto se encontra numa fase “muito inicial”, Pereira vê grande potencial de estímulo ao crescimento do resseguro no país.
     
    “O Brasil tem 47% dos prêmios de seguro da América Latina. Em termos de resseguro, esse total cai para 16%”, compara ele, lembrando que o setor movimenta cerca de US$ 3 bilhões no país e US$ 20 bilhões no subcontinente. “Temos de tentar trazer parte desse mercado, que é bastante interessante para explorarmos aqui.”
     
    Resseguradoras
     
    Atuam no mercado brasileiro atualmente 128 resseguradoras, divididas entre locais, admitidas e eventuais.
     
    As locais, com atuação mais relevante no mercado somam 16 empresas, das quais cinco têm sede no Rio, dez em São Paulo e uma em Curitiba. No Rio, no entanto, fica a sede o IRB Brasil Re, maior resseguradora local, responsável por quase metade das receitas do setor.
     
    Tanto o IRB quanto outras resseguradoras locais, como a Austral e a Terra Brasis, já vêm reportando aumento na participação de operações no exterior em seus negócios.
     

    Há ainda 75 resseguradoras eventuais e 37 admitidas.