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Novas regras devem aprimorar uso do resseguro, diz Labuto
2015-10-22
Fonte: Risco Seguro
Por: Rodrigo Amaral
As novas regras de exigência de capital e a abertura gradual do mercado para o exterior devem incrementar a utilização do resseguro no Brasil, segundo um dos principais executivos do mercado segurador nacional.Marcelo Augusto Dutra Labuto, o diretor-presidente da BB Seguridade, também disse à Risco Seguro Brasil que a abertura promovida pela Resolução 322, em julho, deve aumentar a competitividade do mercado e a qualidade dos portfólios de riscos das seguradoras.“Para a indústria como um todo, é um processo positivo”, disse Labuto, referindo-se à implementação de novas regras de supervisão prudencial pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).“Está trazendo segurança para o mercado, afastando possíveis aventureiros e profissionalizando mais as operações, o que faz com que as companhias tenham maior rigidez em seus métodos e modelos.”Alguns críticos têm observado que a implementação das novas normas de requerimento de capital foi muito abrupta, dando pouco tempo para as seguradoras se adaptarem a elas. Mas Labuto afirmou que, no caso da BB Seguridade, a transição tem ocorrido com tranquilidade.“A gente já vinha, ao longo dos últimos dois ou três anos, promovendo adequações ao nosso modelo de provisionamento, em previsão a este processo”, afirmou. “Quando a Susep tem colocado as novas normas e os prazos, no nosso caso a gente já está adequado e em condições de cumprir os prazos estabelecidos.”Resseguro abertoAs regras de requerimento de capital em implantação pela Susep prevê que as seguradoras necessitarão atingir 50% das reservas de capital a partir de 31 de dezembro 2016 e 100% um ano mais tarde.As reservas serão calculadas pela utilização de modelos que atribuem pesos diferenciados a cada tipo de risco, e não mais como uma porcentagem fixa do total do portfólio de riscos de uma seguradora.As regras seguem a mesma linha de supervisão baseada em riscos de mercado prevista pela diretriz europeia Solvência II (link), que entra em vigor, também gradualmente, a partir do ano que vem.Por sua vez, as novas de resseguro constituem um desdobramento esperado pelo mercado e que, aliadas aos futuros requerimentos de capital, deve suscitar um maior uso desta ferramenta pelo mercado segurador brasileiro.“Era alguma coisa que de alguma forma se entendia como uma necessidade”, disse Labuto.“Com a chegada das grandes resseguradoras mundiais, já se imaginava que isso ia acontecer. É um processo salutar. A indústria se torna mais competitiva e exige-se uma melhor qualificação dos portfólios, além de um aprimoramento dos processos comercial e operacional.”Estratégia de capitalAlguns comentaristas acreditam que o mercado brasileiro ainda faz pouco uso do resseguro como uma alternativa para reduzir os custos de gestão de reservas de capital. Isso pode ser obtido com a transferência de parte de seus portfólios de riscos, especialmente aqueles que possuem maior peso no cálculo das reservas, para o mercado ressegurador. Dessa maneira, uma seguradora necessita reservar uma parcela menor de seus lucros como contrapartida aos riscos retidos.Mas labuto disse que a conjunção das novas regras fará com que as empresas estejam cada vez mais atentas a este tipo de prática.“Hoje o resseguro já é parte da estratégia de capital das resseguradoras”, afirmou. “Com a implementação de Solvência 2, se torna ainda mais necessário.”“É preciso ter uma boa estratégia de identificação de riscos, saber que tipos de riscos a companhia retém e que tipos ressegura, entender como se faz esse mix de negócios, isso tudo faz parte do futuro sucesso das companhias”, continuou o presidente da BB Seguridade. “Vai ser um importante elemento na formação dos resultados. Toda seguradora vai ter isso em mente agora por diante.”Ele também expressou otimismo de que o IRB Brasil Re está em condições de manter sua posição de liderança no mercado brasileiro mesmo com o mercado mais aberto à transferência de riscos para o exterior. O maior acionista do IRB Brasil é o Banco do Brasil, que também é o controlador da BB Seguridade.“Nossa operação de resseguros vai continuar líder no mercado nacional, e com uma boa rentabilidade para os nossos negócios”, completou.