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    Riscos declináveis ainda desafiam resseguradoras e seguradoras no Brasil

    2014-04-09

    Fonte: CNSeg
     
    Ricardo Faria Garrido, vice-presidente do Sincor-RJ, destacou a importância dos relatórios bem feitos para maior segurança das seguradoras e resseguradoras
     
    Os riscos declináveis têm sido um dos pontos mais discutidos nos setores de seguro e resseguro após a abertura do mercado. O debate ocorrido na tarde desta terça-feira, dia 8, durante o 3º Encontro de Resseguro no Rio de Janeiro, discutiu soluções para a questão, que não permite que uma parcela grande de empresários tenha acesso ao seguro e resseguro. A mesa foi composta pelo vice-presidente do Sincor-RJ, Ricardo Faria Garrido; pelo empresário Tomas Buchheim; pelo advogado e consultor da FenSeg, Adílson Neri; pelo diretor de Subscrição do IRB Brasil RE, José Farias de Sousa; pelo diretor técnico da Terra Brasis, Carlos Roberto da Zoppa; e pelo coordenador de resseguros da Susep, Diogo Ornellas Geraldo.
     
    O mercado de resseguros é aberto no país há seis anos, tempo em que há um amplo debate sobre os riscos declináveis. Durante o período de monopólio, o IRB era obrigado a aceitar qualquer seguro. A situação mudou e muitos empresários se viram sem a possibilidade de contratar um seguro. São supermercados, depósitos e armazéns de brinquedos e plásticos, artefatos de madeira, alimentos, entre outros. Desde então, grupos de estudo e de trabalho foram realizados buscando caminhos para a inserção destes empreendimentos no mercado securitário.
     
    Para o diretor de Subscrição do IRB Brasil RE, os últimos anos mostraram uma evolução, mas ainda aquém do que é necessário para o setor. “Dentro do IRB, vemos que muitos riscos estão sendo subscritos, inclusive com os empresários se comprometendo a fazer os investimentos necessários. Estes segmentos, que acabam incluídos nos riscos declináveis, ainda sofrem. Quando o IRB concentrava tudo, eles tinham uma situação cômoda”. Já o diretor técnico da Terra Brasis acredita que os avanços precisam acontecer de forma mais acelerada. “Não é possível que um mercado como o nosso não consiga solucionar esta questão dos riscos declináveis. O cliente não pode ficar sem a devida proteção”.
     
    O vice-presidente do Sincor-RJ alertou para uma situação incômoda para todo o setor. “Alguns empresários estão se reunindo e buscando soluções próprias, fora da nossa indústria. Isso é ruim porque são setores devem estar dentro do nosso mercado”. O empresário do ramo de limpeza, Thomas Buchhem, confirmou que alguns setores estão tentando resolver seus problemas fora do mercado de seguros e resseguros. “Estou aqui como cliente. Tentamos de tudo e mesmo assim ficamos sem seguro. Já pensamos até em nos reunir com outros empresários e criarmos um seguro próprio”.
     
    Adilson Neri contou que participou de um grupo de trabalho em 2011 que visava apresentar alternativas para os riscos declináveis. O resultado, segundo ele, mostrou que as soluções são possíveis. “Descobrimos que a frequência de incêndios era de 0,5% nestes setores. É um percentual grande, mas não é algo que não possa ser equacionado, por exemplo, através de inclusão de taxas e até com a participação do próprio empresário na cobertura básica do seguro”.
     
    Outro ponto fundamental, segundo os palestrantes, é que o gerenciamento de risco seja bem realizado. Neri apontou que o grupo de trabalho do qual participou elaborou documentos com recomendações para diversos setores. Segundo ele, o gerenciamento de risco vai evitar a possibilidade de perda total em caso de acidente e possibilitar que o empreendimento seja subscrito pelas seguradoras e resseguradoras. De acordo com Zoppa, “o bom trabalho de inspeção vai apontar as melhores práticas para evitar incômodos, acidentes e roubos”.
     
    Ricardo Faria Garrido também destacou que a participação dos empresários do setor é fundamental. “Os relatório precisam ser bem feitos para dar mais segurança às resseguradoras e instituições financeiras em relação ao negócio. A maioria dos clientes não se nega a fazer investimentos para proteger seu patrimônio porque o sinistro não interessa a ninguém”.
     
    Fonte: CNSeg